A Sinfonia nº 2 em ré maior, op. 73 de Johannes Brahms é uma das joias do repertório sinfônico do romantismo.
Contexto.
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Ao contrário da 1ª, dramática e grandiosa, a 2ª Sinfonia nasceu em poucos meses e tem caráter pastoral, luminoso e lírico.
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Estreou em Viena, em dezembro de 1877, regida por Hans Richter, e foi imediatamente bem recebida.
Estrutura
A obra segue os quatro movimentos clássicos:
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Allegro non troppo
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Forma sonata, com um clima sereno e expansivo, às vezes chamada de “a Pastoral de Brahms” (lembrando Beethoven).
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Melodias líricas, atmosfera campestre, mas sem perder densidade contrapontística típica de Brahms.
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Adagio non troppo
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Movimento lírico e meditativo, com profundidade emocional.
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Combina ternura e intensidade, como se fosse uma contemplação interior.
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Allegretto grazioso (quasi Andantino)
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Leve, gracioso, quase dançante.
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Um scherzo delicado, com caráter de ländler (dança austríaca), contrastando com episódios mais vivos.
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Allegro con spirito
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Um final jubiloso, enérgico e otimista.
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O movimento cresce em brilho até uma conclusão radiante, contrastando com a gravidade das sinfonias mais sombrias de Brahms.
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Características marcantes
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É considerada a mais luminosa e acessível das quatro sinfonias de Brahms.
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A orquestração é clara, equilibrada, com uso expressivo dos sopros e trompas que reforçam o tom pastoral.
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Apesar do caráter leve, há momentos de melancolia e introspecção típicos do compositor.
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Muitos comentadores a veem como a “resposta” de Brahms à 6ª de Beethoven (Pastoral), mas sempre com sua marca pessoal de densidade harmônica e contrapontística.
Recepção
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A crítica da época a recebeu com entusiasmo imediato, ao contrário da 1ª, que fora recebida com mais cautela.
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Hoje é uma das sinfonias mais tocadas e amadas do repertório romântico, pela combinação de beleza melódica, transparência e calor humano.
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