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segunda-feira, 24 de março de 2025

Sibelius-Sinfonia nº7 em dó maior op.105

, A Sinfonia nº 7 em dó maior, op. 105 de Jean Sibelius é uma obra-prima singular e uma das sinfonias mais inovadoras do repertório. Concluída em 1924, essa peça destaca-se por sua estrutura contínua e coesa, condensando toda a forma sinfônica em um único movimento de cerca de 20 minutos.

O que faz essa sinfonia tão especial é a forma como Sibelius trabalha a transição orgânica entre os temas, evitando divisões rígidas em movimentos separados. Ele utiliza mudanças de tempo sutis e o desenvolvimento contínuo das ideias musicais, criando uma sensação de fluxo natural. A introdução majestosa já estabelece o caráter solene da obra, com o trombone apresentando um motivo grandioso que retorna ao longo da peça, quase como um "hino" interno.

A harmonia é rica e muitas vezes inesperada, oscilando entre tonalidades de maneira quase imperceptível. A instrumentação é econômica, mas profundamente expressiva, com um uso magistral das cordas e dos sopros para criar texturas que parecem expandir e contrair como se fossem organismos vivos.

Esta sinfonia marca o fim do ciclo sinfônico de Sibelius e, de certa forma, simboliza sua despedida da composição orquestral. Depois dela, ele praticamente deixou de escrever música, entrando em um longo silêncio criativo que duraria o resto de sua vida 

No ano de 1924 a 24 de Março, Sibelius estriou  esta sinfonia em Estocolmo  com o próprio compositor na direcção da orquestra.

Aqui a interpretação é da Wiener Philharmonia Orchestra dirigida por Leonard Bernestein

   

sábado, 22 de março de 2025

Mahler-Sinfonia nº09 em ré maior

,A Sinfonia nº 9 em Ré Maior de Gustav Mahler é uma obra monumental, carregada de emoção e marcada por um senso profundo de despedida e transcendência. Composta entre 1908 e 1909, foi a última sinfonia completa de Mahler, e muitos a interpretam como sua despedida do mundo, pois ele já estava doente e consciente da proximidade da morte.

 Um desempenho típico leva cerca de 75 a 90 minutos. Uma pesquisa com maestros elegeu a Sinfonia nº 9 de Mahler como a quarta maior sinfonia de todos os tempos numa votação conduzida pela BBC Music Magazine em 2016. Como no caso de seu anterior Das Lied von der Erde, Mahler não viveu para ver sua Sinfonia nº 9 ser executada. 



Aqui está um panorama dos movimentos:

  1. Andante comodo – Um movimento vasto e introspectivo, onde Mahler constrói um mundo de contrastes entre doçura e angústia. O tema principal, de caráter oscilante, parece imitar um coração irregular, talvez refletindo sua própria condição cardíaca.

  2. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers – Uma espécie de dança distorcida, onde Mahler desconstrói o ländler (uma dança camponesa austríaca), transformando-o em algo grotesco e instável, como se zombasse das tradições.

  3. Rondo-Burleske – Um movimento feroz, cheio de ironia e sarcasmo, com contrapontos caóticos e passagens de um virtuosismo impiedoso. Pode ser visto como uma crítica mordaz à sociedade e à futilidade da vida.

  4. Adagio – O verdadeiro testamento de Mahler. Lento, solene e profundamente expressivo, é uma despedida serena e devastadora ao mesmo tempo. O movimento vai se dissolvendo em um silêncio absoluto, como se a música e a vida se apagassem suavemente.